O HIV ataca o sistema imunitário do corpo, ou seja, as suas defesas naturais para que o corpo deixe de conseguir combater infecções e doenças. Se não for tratado, o HIV leva ao SIDA.
Nesta secção entenda o que são o HIV e SIDA, qual a origem do vírus, os seus estágios de desenvolvimento, como prevenir a infecção por HIV e se este tem cura.
HIV é a sigla de vírus da imunodeficiência humana. É um vírus que pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) se não for tratado. Ao contrário de outros vírus, o corpo humano não se consegue livrar completamente do HIV, mesmo com tratamento. Assim, uma vez infectado pelo vírus, uma pessoa vive com HIV para o resto da vida.
O HIV ataca as defesas do corpo humano, especificamente as células CD4 (células T), que ajudam o sistema imunitário a combater infecções e doenças. Com o passar do tempo, o HIV pode destruir tantas destas células que o corpo deixa de conseguir combater infecções e doenças.
Não existe actualmente uma cura, mas, com cuidados médicos adequados, o HIV pode ser controlado. A medicação usada para tratar o HIV chama-se tratamento antirretroviral ou TARV. Se tomada diariamente e de forma correta, esta medicação pode prolongar por várias décadas as vidas das pessoas que vivem com HIV, mantê-las saudáveis e diminuir grandemente a probabilidade destas pessoas poderem infectar outras. Antes da introdução do TARV, em meados dos anos 1990, as pessoas com HIV podiam progredir para SIDA em apenas alguns anos. Hoje em dia, alguém diagnosticado com HIV e tratado antes da doença estar muito avançada, pode viver quase tanto tempo quanto uma pessoa que não seja portadora do HIV.
Os cientistas identificaram uma espécie de chimpanzé na África Central como a fonte de infecção por HIV nos humanos. Crê-se que a versão do vírus da imunodeficiência do chimpanzé (designada por vírus da imunodeficiência símia, ou VIS) tenha provavelmente sido transmitida aos humanos e evoluído para HIV quando estes caçavam chimpanzés para o consumo da sua carne, e entravam assim em contacto com o seu sangue infectado. Estudos mostram que o HIV pode ter passado dos macacos para os humanos no final do século XIX. Durante décadas, o vírus espalhou-se lentamente por África e posteriormente para outras partes do mundo. Nos Estados Unidos da América, sabemos que o vírus existe pelo menos desde meados ou final dos anos 70. Em Moçambique, o primeiro caso de HIV foi diagnosticado no ano de 1986.
Quando as pessoas contraem o HIV e não recebem tratamento, normalmente progridem através de três estágios da doença. A medicação para o tratamento do HIV, conhecida como tratamento antirretroviral (TARV), ajuda as pessoas em todos os estágios da doença, desde que tomada diariamente e de forma correta. O tratamento pode abrandar ou prevenir a progressão de um estádio para o seguinte. Pode também reduzir substancialmente a chance de transmissão do HIV a outras pessoas.
Estágio 1: infecção aguda por HIV
Dentro de 2 a 4 semanas após a infecção por HIV, as pessoas podem experimentar sintomas semelhantes a uma gripe, que podem durar algumas semanas. Esta é a resposta natural do corpo à infecção. Quando as pessoas têm uma infecção aguda por HIV, existe uma elevada quantidade de vírus no seu sangue e são muito contagiosas. Contudo, as pessoas com infecção aguda muitas vezes não têm consciência de que estão infectadas, pois não se sentem imediatamente doentes. Para saber se tem uma infecção aguda, é necessário um teste de anticorpos/antigénios de quarta geração ou um teste de amplificação de ácidos nucleicos (NAT, na sigla em inglês). Se pensa ter sido exposto ao HIV através de sexo ou uso de drogas, e se apresenta sintomas semelhantes aos da gripe, procure cuidados médicos e peça um teste para diagnóstico de infecção aguda.
Estágio 2: Latência clínica (inatividade ou dormência do HIV)
Este período é por vezes designado como infecção assintomática por HIV ou infecção crónica por HIV. Durante esta fase, o HIV continua activo, mas reproduz-se a níveis muito baixos. As pessoas podem não ter quaisquer sintomas ou ficar doentes durante este período. No caso das pessoas que não estão a tomar tratamento do HIV, este período pode durar até uma década ou mais. No entanto, noutras pessoas a progressão pode ser mais rápida nesta fase. Indivíduos que tomam diariamente medicação para tratamento do HIV (TARV) de forma correta, podem permanecer neste estágio durante várias décadas. É importante lembrar que, durante este estágio, é possível continuar a transmitir o HIV, embora seja muito menos provável no caso das pessoas que tomam TARV e que apresentam carga viral suprimida (que têm uma quantidade de vírus muito baixa no sangue). Sem o tratamento, no fim deste estágio, a carga viral começa a aumentar e a contagem de células CD4 começa a diminuir. Quando isto acontece, o indivíduo pode começar a apresentar sintomas à medida que os níveis de vírus no corpo aumentam, e evolui para o Estádio 3.
Estádio 3: Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA)
A SIDA é a fase mais grave da infecção por HIV. Os indivíduos com SIDA possuem sistemas imunitários tão danificados que contraem um número cada vez maior de doenças graves, designadas por doenças oportunistas.
Sem tratamento, os indivíduos com SIDA normalmente sobrevivem cerca de 3 anos. Sintomas comuns da SIDA incluem calafrios, febre, suores, gânglios linfáticos aumentados, fadiga e perda de peso. As pessoas são diagnosticadas com SIDA quando a contagem das suas células CD4 é inferior a 200 células por mililitro cúbico de sangue (mm3) ou se desenvolverem determinadas doenças oportunistas. As pessoas com SIDA podem ter uma carga viral muito alta, o que aumenta as chances de transmitirem o HIV a outras pessoas.
A única forma de saber com certeza se é portador do HIV é fazendo o teste. Saber o seu estado é importante, pois auxilia-o a tomar decisões saudáveis para prevenir o contágio ou a transmissão do HIV.
Algumas pessoas podem ter sintomas semelhantes a uma gripe dentro de 2 a 4 semanas após a infecção (Estágio 1 da infecção por HIV). No entanto, outras pessoas podem não se sentir doentes durante este estágio. Sintomas semelhantes aos da gripe incluem febre, calafrios, vermelhidão, suores noturnos, dores musculares, garganta inflamada, fadiga, gânglios linfáticos aumentados ou úlceras na boca. Estes sintomas podem durar entre alguns dias até várias semanas. Durante este tempo, a infecção por HIV pode não ser detectada num teste ao HIV (convencional), mas as pessoas infectadas podem transmitir a infecção a outras.
Se tiver estes sintomas, não significa que tem HIV. Cada um destes sintomas pode ser causado por outras doenças. No entanto, se apresentar estes sintomas após uma possível exposição ao HIV, consulte um profissional de saúde e informe-o a respeito do seu risco. A única forma de determinar se está infectado é ser testado para a infecção por HIV.
Depois de fazer o teste, é importante descobrir o resultado para que possa conversar com o seu profissional de saúde sobre as opções de tratamento, se for HIV-positivo, ou conhecer formas de prevenção se for HIV-negativo.
Actualmente, não existe uma cura para o HIV. No entanto, com cuidados médicos adequados, o HIV pode ser controlado. O tratamento para o HIV é designado por terapêutica antirretroviral ou TARV. Se tomado diariamente de forma correta, o tratamento pode prolongar significativamente a vidas das pessoas que vivem com HIV, mantê-las saudáveis e diminuir grandemente o risco de poderem passar o vírus a outras. Antes da introdução do TARV, em meados dos anos 90, as pessoas que viviam com HIV podiam progredir para SIDA (o último estádio da infecção por HIV) em poucos anos. Hoje em dia, alguém diagnosticado com HIV e tratado antes da doença estar muito avançada pode viver quase tanto quanto uma pessoa que não tenha HIV.