A África Subsaariana pode registar mais cerca de meio milhão de mortes por doenças relacionadas ao HIV e SIDA até 2021, se não houver esforços para mitigar e ultrapassar a interrupção dos serviços de saúde durante a Pandemia da COVID-19.
Essa situação poderia acontecer se a oferta de terapia antirretroviral fosse interrompida durante seis meses, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde, OMS, e do Programa Conjunto da ONU sobre HIV e SIDA, ONUSIDA. A redução da cobertura de serviços de HIV para mães e filhos provocaria um aumento de novas infecções infantis de até 37% em Moçambique. As taxas seriam mais altas chegando a 78% no Maláwi e no Zimbábue ou mesmo 104% no Uganda.
A pesquisa divulgada apela à acção de comunidades e parceiros para evitar o impacto de uma interrupção do tratamento antirretroviral. As interrupções também têm potencial de aumentar a incidência do HIV no próximo ano. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, considerou terrível a previsão de mortes por doenças relacionadas à SIDA, que em sua análise seriam “como recuar na história”.
A proposta do chefe da OMS é que sejam garantidas grandes quantidades de pacotes de tratamento e outros artigos essenciais, e que os suprimentos globais de testes e terapias continuem a fluir para os países que precisam.
Mais de 25,7 milhões de pessoas vivem com HIV na África Subsaariana. Pelo menos 64% delas recebiam terapia antirretroviral em 2018. Estes pacientes correm agora o risco de interromper o tratamento porque os serviços fecharam ou não podem fornecer tratamento. Entre as razões para essa situação estão as interrupções na cadeia de suprimentos ou a sobrecarga dos serviços pela necessidade de apoiar a resposta ao novo coronavírus.
Fonte:Nações Unidas