O Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS) e parceiros da resposta nacional ao HIV lançaram esta segunda-feira, 07 de Fevereiro, em Maputo, a campanha Namoro Seguro.
A cerimónia foi dirigida pelo Secretário de Estado da Juventude e Emprego Oswaldo Petersburgo e contou com a participação do Secretário Executivo do CNCS, Dr. Francisco Mbofana, parceiros de cooperação, representantes dos sectores público, privado e sociedade civil.
Discursando na ocasião, Oswaldo Petersburgo explicou que apesar do crescimento nas duas últimas décadas, o uso do preservativo continua a ser muito baixo em Moçambique, em que nalgumas populações prioritárias, dentre elas os adolescentes e jovens, as taxas de utilização estão 30% abaixo em relação aos países vizinhos, e muito longe da meta internacionalmente reconhecida de 95%.
O Secretário da Juventude e Emprego reconhece que a decisão do uso ou não do preservativo é uma questão de decisão individual ou do fórum dos parceiros, “mas vale recordar que os seus impactos atravessam a esfera individual ou do casal, afectando toda uma sociedade de forma social e económica, constituindo-se desta forma numa ameaça de saúde pública”.
O dirigente deixou um alerta para que a comunicação seja revigorada em grupos populacionais específicos, devendo explorar novas abordagens, bem como priorizadas mensagens e intervenções que estimulam não só o uso do preservativo, mas também a igualdade de género, diminuição da violência baseada no género e gravidezes indesejadas.
Por seu turno, o Secretário Executivo do CNCS, Dr. Francisco Mbofana sublinhou que a iniciativa surge como inspiração do Dezembro Vermelho e da necessidade de lembrar aos moçambicanos e adolescentes e jovens de que a epidemia do HIV não está controlada.
Mbofana recordou que um dos desafios do Plano Estratégico Nacional de Combate ao SIDA (2021-2025) é a redução de novas infecções por HIV “e este objectivo não será possível sem a contribuição valiosa do aumento do uso preservativo”.
O dirigente recordou que há necessidade de reforçar a gestão e supervisão do preservativo, aumentar a demanda e melhorar a disponibilidade da cadeia do preservativo.
O Secretário Executivo do CNCS, explicou que nos últimos anos, os recursos têm sido escassos. Daí a necessidade de se inovar e capitalizar todas as formas de passar a informação.
Já a representante da Plataforma da Sociedade civil para Saúde (PLASOC-M), Filomena Macandza, é desejo da organização que representa, ver os preservativos masculinos e femininos mais disponíveis e acessíveis para todos, principalmente nas zonas mais recônditas do país. E, as mensagens sobre o uso do preservativo fossem disseminadas com maior intensidade nas rádios comunitárias, usando as línguas nacionais.
Prosseguindo, referiu que estas iniciativas “nos orgulham e trazem uma mais-valia para o controlo da epidemia do HIV em Moçambique. Estas campanhas, deviam continuar, porque mantém viva a esperança de um futuro risonho com saúde”.
A Presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Emília Chambal referiu que os jovens estão “a deixar de usar o preservativo”.
Segundo a presidente do CNJ, apesar dos alertas de que o preservativo evita ITS e gravidez indesejada, diferentes justificativas aparecem e a ausência do preservativo vira hábito.
Prosseguindo, recordou que "o mundo e as conversas mudaram, as campanhas pelo uso do preservativo têm que evoluir", acrescentando que só assim será possível conquistar a juventude a colocar a mão na consciência e tomar o uso de preservativo como “boia salva vidas” no contexto de um mundo em que as novas infecções continuam altas.
Por sua vez, a coordenadora do PEPFAR, Jacquelyn Sesonga, frisou que a disseminação de mensagens sobre o reforço da importância do sexo seguro, abre espaço para o diálogo sobre o uso do preservativo nas famílias e comunidades.
Sesonga afirmou que Governo Americano, através do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio do SIDA (PEPFAR), apoia esta iniciativa, que visa assegurar o bem-estar e criar bases para um futuro estável, em particular dos adolescentes e jovens, na luta contra o HIV e SIDA através da prevenção.
A Coordenadora do PEPFAR considera que “este deve ser o esforço de todos nós, individual e colectivamente, para que os adolescentes e jovens possam ter um futuro melhor”.
Refira-se que a campanha Namoro Seguro vai decorrer durante todo o mês de Fevereiro envolvendo diferentes actividades.